sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Oficina de Avaliação

No dia 19-09-2009 realizou-se a oficina sobre avaliação. Inicialmente foi colocado um slide com o trecho da Bíblia Sagrada do livro de Gêneses “Olhou Deus tudo quanto tinha feito. Era excelente em todos os seus aspectos”. (Gn. 1:37), para sensibilizar o cursista e mostrar que até Deus, Ser infinitamente perfeito, avaliou.Então foram feitos vários comentários a partir do trecho e em seguida lido um texto de Roseana Murray “Tudo é o olhar” e também alguns comentários a respeito do mesmo.
Logo depois foi feita uma discussão sobre currículo, proposta da SEC e do MEC com a ação dinamizando currículo, e também discussões sobre avaliação, fundamentadas em textos de Jussara Hoffaman, Luckesi, etc.
Os cursistas, a princípio, ficaram um pouco apreensivos, mas logo se contagiaram com as discussões e começaram a falar sobre as formas de avaliar e também como se sentiam ao avaliar e serem avaliados. Logo depois dividimos os grupos a partir dos desenhos que foram feitos por eles sobre o que significava avaliação.
Já em grupo, conversamos sobre as modalidades de avaliação e foi passado para os cursistas um material de apoio, bem como algumas questões da Prova Brasil da 8ª série e também a tabela com os descritores da matriz de referência de Língua Portuguesa, para que eles respondessem duas questões, encontrassem os descritores e os assuntos que poderiam ser trabalhados a partir deles.
Observei que este trabalho foi muito importante para eles, visto que não conheciam os descritores e após a correção da atividade foi feita uma explanação mais detalhada sobre o que são descritores, matriz de referência, escala de proficiência e também como são elaboradas as questões da Prova Brasil e do Enem, porque tive a oportunidade de participar do curso Oficina de Elaboração de Itens com o pessoal do INEP e assim esclarecer muitas dúvidas de meus colegas professores.
Depois dessa atividade foram apresentados alguns slides com os resultados do SAEB de algumas escolas e até de uma das escolas deles, para que ficasse mais real e passado também o site do inep para que eles pudessem acessar. A discussão foi muito rica e fechamos o momento com um vídeo “ler devia ser proibido”, comentamos e foi perguntado qual seria o objetivo da oficina. Eles construíram coletivamente e apresentei o meu. Concluímos que o mesmo fora contemplado e partimos para a avaliação da oficina.
Pela avaliação percebeu-se que os cursistas gostaram muito da oficina, como pode ser constatado através de algumas falas: “A oficina foi bastante produtiva, porque conhecemos aspectos teóricos das avaliações externas”; “Promoveu reflexões acerca de elaborarmos avaliações de modo mais objetivo”; “O encontro foi rico, porque falar e discutir avaliação é sempre necessário”; “Acrescentou bastante, pois a parte de análise da matriz de referência e os tópicos e descritores de Língua Portuguesa facilitou o meu entendimento e aproximação do que está por trás de uma avaliação”; “Gostei bastante, pois foram discutidos assuntos polêmicos da nossa profissão”; “Acrescentou-me conhecimentos sobre a avaliação, mostrando-me esse processo como algo a ser feito coletivamente”; “A oficina de hoje foi muito enriquecedora no sentido de fornecer ao professor novas e diversas formas de trabalhar a Língua Portuguesa com os alunos. Também adquiri uma perspectiva mais clara sobre o ENEM e SAEB, além de me sensibilizar melhor sobre a atuação eficiente do professor no processo ensino-aprendizagem”.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Os objetivos de leitura de acordo com Isabel Solé

SOLÉ, Isabel. Para compreender... Antes da leitura. Capítulo V. IN: Estratégias de Leitura. Tradução Cláudia Schilling. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 1998.

Ler é muito mais do que possuir um rico cabedal de estratégias e técnicas. Ler é, sobretudo, uma atividade voluntária e prazerosa, e quando ensinamos a ler devemos levar isso em conta. As crianças e os professores devem estar motivados para aprender e ensinar a ler. Assim, é importante distinguir situações em que “se trabalha” a leitura e situações em que simplesmente “se lê”. Na escola, ambas deveriam estar presentes, pois ambas são importantes, além disso, a leitura deve ser avaliada como instrumento de aprendizagem, informação e deleite. O professor deve mostrar-se um apaixonado pela leitura, porque é muito difícil que alguém que não sinta prazer com a leitura consiga transmiti-lo aos demais.
Para encontrar sentido no que devemos fazer – neste caso, ler – a criança tem de saber o que deve fazer – conhecer os objetivos que se pretende que alcance com sua atuação -, sentir que é capaz de fazê-lo – pensar que pode fazê-lo, que tem os recursos necessários e a possibilidade de pedir e receber a ajuda precisa – e achar interessante o que se propõe que ela faça.
Um fator que contribui para o interesse da leitura de um determinado material consiste em que este possa oferecer ao aluno certos desafios. Trata-se de conhecer e levar em conta o conhecimento prévio das crianças, com relação ao texto em questão e de oferecer a ajuda necessária para que possam construir um significado adequado sobre ele – o que não deveria ser interpretado como explicar o texto, ou seus termos mais complexos, de forma sistemática.
As situações de leitura mais motivadoras também são as mais reais: isto é, aquelas em que a criança lê para se libertar, para sentir o prazer de ler, quando se aproxima do cantinho da biblioteca ou recorre a ela, ou aquelas outras em que, com o objetivo claro – resolver uma dúvida, um problema ou adquirir a informação necessária para determinado projeto.
Não se pode pedir que o aluno para o qual a leitura se transformou em um espelho que lhe devolve uma imagem pouco favorável de si mesmo tenha vontade de ler. Só com a ajuda e confiança, a leitura deixará de ser uma prática enfadonha para alguns e poderá se converter naquilo que sempre deveria ser: um desafio estimulante. Portanto, motivar as crianças para a leitura não consiste em que o professor diga: “Fantástico! Vamos ler! mas em que elas mesmas o digam – ou pensem. Isto se consegue planejando bem a tarefa de leitura e selecionando com critério os materiais que nela serão trabalhados, tomando decisões sobre as ajudas prévias de que alguns alunos possam necessitar, evitando situações de concorrência entre as crianças que abordem contextos de uso real, que incentivem o gosto pela leitura e que deixem o leitor avançar em seu próprio ritmo para ir elaborando sua própria interpretação – situações de leitura silenciosa, por exemplo.
Para que vou ler? Os objetivos dos leitores com relação a um texto podem ser muito variados e trataremos de alguns objetivos gerais cuja presença é importante na vida adulta e que podem ser trabalhados na escola.
Ler para obter informação precisa – é a leitura que realizamos quando pretendemos localizar algum dado que nos interessa. Este tipo de leitura caracteriza-se pelo fato de que, na busca de alguns dados, ocorre concomitantemente o desprezo por outros. Exemplos de tais leituras são a busca de um número telefônico em uma lista; a consulta do jornal para descobrir em que cinema e horário será projetado um filme a que queremos assistir; a consulta de um dicionário ou de uma enciclopédia, etc. o ensino da leitura para obter informação precisa requer o ensino de algumas estratégias, sem as quais este objetivo não será atingido. É preciso conhecer a ordem alfabética e saber que as listas telefônicas, os dicionários e as enciclopédias (embora nem todas) estão organizadas conforme essa ordem; também deve-se saber que os jornais destinam páginas especiais aos espetáculos e que geralmente existe um índice para mostrar o número da página em que se encontra a informação buscada.

Ler para seguir instruções – neste tipo de tarefa, a leitura é um meio que deve nos permitir fazer algo concreto: ler as instruções de um jogo, as regras de uso de um determinado aparelho, a receita de uma torta, as orientações para participar de uma oficina de experiências, etc. Quando se lê com o objetivo de “saber como fazer...”, é absolutamente necessário ler tudo e compreendê-lo, como requisito para atingir o fim proposto. Nestes casos, uma vantagem inegável é que a tarefa de leitura é completamente significativa e funcional; a criança lê porque é preciso, e, além disso, tem a necessidade de controlar sua própria compreensão. Não é suficiente ler, mas garantir a compreensão do que leu.

Ler para obter uma informação de caráter geral – esta é a leitura que fazemos quando queremos “saber de que se trata” um texto, “saber o que acontece”, ver se interessa continuar lendo... Neste tipo de leitura não somos pressionados por uma busca concreta, nem precisamos saber detalhadamente o que diz o texto; é suficiente ter uma impressão, com as idéias mais gerais. Pode-se dizer que é uma leitura guiada, sobretudo pela necessidade do leitor de aprofundar-se mais ou menos nela.

Ler para aprender – é quando a finalidade consiste de forma explícita em ampliar os conhecimentos de que dispomos a partir da leitura de um texto determinado. Este texto pode ter sido indicado por outros, ou também pode ser fruto de uma decisão pessoal, isto é, lemos para aprender um texto selecionado depois de ler para obter uma informação geral sobre vários textos. Sabemos que quando o aluno lê para aprender sua leitura possui características diferentes das formas de ler dominadas por outros objetivos. Isto é, quando se estuda, pode-se realizar uma leitura geral do texto para situá-lo em seu conjunto, e depois as idéias que ele contém são aprofundadas. No caso da leitura, o leitor sente-se imerso em um processo que o leva a se autointerrogar sobre o que lê, a estabelecer relações com o que já sabe, a rever os novos termos, a efetuar recapitulações e sínteses freqüentes, a sublinhar, a anotar... Quando se lê para estudar, é comum – e de grande ajuda – elaborar resumos e esquemas sobre o que foi lido, anotar todas as dúvidas, ler o texto ou outros que possam contribuir para a aprendizagem etc. quando lemos para aprender, as estratégias responsáveis por uma leitura eficaz e controlada atualizam-se de forma integrada e consciente, permitindo a elaboração de significados que caracterizam a aprendizagem. É importante ainda que o aluno conheça detalhadamente os objetivos que se pretende atingir.

Ler para revisar um escrito próprio – quando lê o que escreveu, o autor/ revisor revisa a adequação do texto que elaborou para transmitir o significado que o levou a escrevê-lo; neste caso a leitura adota um papel de controle, de regulação, que também pode adotar quando se revisa um texto alheio, mas não é a mesma coisa. Quando leio o que escrevi, sei o que queria dizer e tenho que me por simultaneamente em meu lugar e no do futuro leitor, isto é, você. No contexto escolar, a auto-revisão das próprias redações escritas é um ingrediente imprescindível em um enfoque integrado do ensino da leitura e da escrita, útil para capacitar as crianças no uso de estratégias de redação de textos.

Ler por prazer – neste caso o leitor poderá reler um parágrafo ou mesmo um livro inteiro tantas vezes quantas for necessário; poderá saltear capítulos e voltar a eles mais tarde; o que importa, quando se trata deste objetivo, é a experiência emocional desencadeada pela leitura. É fundamental que o leitor possa ir elaborando critérios próprios para selecionar os textos que lê, assim como para avaliá-los e criticá-los.

Ler para comunicar um texto a um auditório – este tipo de leitura é própria de grupos de atividades restritos (ler um discurso, um sermão, uma conferência, uma aula magistral; ler poesia em uma apresentação). Sua finalidade é que as pessoas para as quais a leitura é dirigida possam compreender a mensagem emitida, e para isso, o leitor pode utilizar toda uma série de recursos – entoação, pausas, exemplos não-lidos, ênfase em determinados aspectos... – que envolvem a leitura em si e que estão destinados a torná-la amena e compreensível. Neste tipo de leitura, os aspectos formais são muito importantes; por isso, um leitor experiente nunca lerá em voz alta um texto para o qual não disponha de uma compreensão, ou seja, um texto que não tiver lido previamente, ou para o qual não dispuser de conhecimentos suficientes. A leitura eficaz em voz alta requer a compreensão do texto, como ocorre com a leitura rápida, que é produto e não um requisito da compreensão.

Ler para praticar a leitura em voz alta – pretende-se que os alunos leiam com clareza, rapidez, fluência e correção, pronunciando adequadamente, respeitando as normas de pontuação e com a entoação requerida.

Ler para verificar o que se compreendeu – consiste em que alunos e alunas devam dar conta da sua compreensão, respondendo a perguntas sobre o texto ou recapitulando-o através de qualquer outra técnica. Uma visão ampla da leitura, e um objetivo geral que consista em formar bons leitores não só para o contexto escolar, mas para a vida, exige maior diversificação nos seus propósitos, nas atividades que a promovem e nos textos utilizados como meio para incentivá-la.
É sempre bom lembrar que é preciso ler com algum propósito e que o desenvolvimento da atividade de leitura deve ser relacionada com algum propósito. No caso de ler por ler, não é adequado ficar fazendo depois perguntas sobre o que se leu. Se for preciso depois resumir o que leu, será bom que os alunos o saibam, porque lerão de forma diferente. É preciso levar em conta também que o propósito de ensinar as crianças a ler com diferentes objetivos é que, com o tempo, elas mesmas sejam capazes de se colocar objetivos de leitura que lhes interessem e que sejam adequados.
Com relação ao aluno, tudo que pode ser feito antes da leitura tem a finalidade de:
· Suscitar a necessidade de ler, ajudando-o a descobrir as diversas utilidades da leitura em situações que promovam sua aprendizagem significativa. Proporcionar-lhe os recursos necessários para que possa enfrentar com seguranças, confiança e interesse a atividade de leitura.
· Transformá-lo em todos os momentos em leitor ativo, isto é, em alguém que sabe por que lê e que assume sua responsabilidade ante a leitura.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

A oficina do TP 3

No dia 04-09-2009, na Escola Antonio Bahia em Conceição do Coité aconteceu a oficina de Língua Portuguesa sobre gêneros textuais, assunto do TP 3.
Iniciamos as atividades com a leitura do texto “classificados poéticos” de Roseana Murray e com a discussão do mesmo, explicando a questão da intergenericidade presente. Logo após foi feita uma divisão de grupos para a leitura do texto de referência, p. 45 e 46. Foi uma discussão riquíssima e alguns cursistas mostraram-se conhecedores do assunto, facilitando a sistematização posterior.
Após a discussão, ainda em grupo foi realizado um trabalho com os Avançandos na prática e com os AAA, para que os cursistas conhecessem o material. A seguir foi realizada a apresentação das sugestões de atividades com os avançandos, que por sinal foram bem variadas e criativas, fato que ficou evidente e foi elogiado nas avaliações.

Oficina de Projetos

A oficina ocorreu no dia 21-08 e o assunto trabalhado foi a elaboração de Projetos. A turma, inicialmente, ficou um pouco confusa, porque já trabalhava com projetos, mas não dentro da perspectiva de Nilbo Nogueira, que coloca o aluno como sujeito da ação, desde a própria escolha do tema.
Foi realizado um estudo em grupo do texto “Pedagogia de Projetos”, do autor supracitado, onde trabalhava todas as etapas de elaboração de um projeto e também a discussão do mesmo. Os professores disseram que tal atividade dentro dessa perspectiva seria para eles muito trabalhosa, embora interessante.
Acredito que os cursistas saíram da oficina contagiados com a proposta do autor, mesmo um pouco inseguros, mas coloquei-me a disposição para ajudá-los no que fosse necessário.

Relato da Oficina Introdutória

A primeira oficina do Gestar II em 2009 aconteceu no dia 31-07. A turma é composta de pessoas que se deslocam de várias cidades, mas bem dinâmica. A maioria participou bastante das atividades propostas, visto que estavam curiosos para obter informações sobre o programa como um todo, que fora apresentado através de slides e também material impresso. Foram distribuídos também os TPs e explicada a estrutura do programa. Todos ficaram motivados e disseram que esta era a oportunidade de discutir a prática pedagógica, bem como aperfeiçoar sues conhecimentos. Saí da oficina otimista e na esperança de atender as expectativas dos meus cursistas.