sábado, 21 de novembro de 2009

RELATO DA OFICINA Nº 9: VARIEDADE LINGUÍSTICA

No dia 20-11-2009 realizou-se a oficina de Variedade Linguística. Iniciamos com uma quantidade pequena de cursistas, que aos poucos foi aumentando e, por isso aproveitei para ler o roteiro da oficina e o objetivo que foi discutir as variantes lingüísticas: dialetos, registros e equívocos. Logo depois foi colocado um slide com uma frase em “internetês” “Og v6s naum tm n9da10?” e feitas algumas perguntas, como: se entendiam o que estava escrito, onde já tinham visto frases desse tipo e quem costumava utilizá-las. Depois dos questionamentos foi colada a música de Gilberto Gil “Pela Internet” e trabalhada algumas questões relacionadas a mesma.
A seguir foram distribuídas algumas falas: de uma criança de oito anos, da mãe da criança, do professor, da madrinha da criança, que também era advogada e de uma lingüista. Isso, para fazer a divisão de grupos. A partir dessas frases cada grupo deveria criar um pequeno texto e apresentá-lo depois, com as falas dessas pessoas, para que pudesse ser percebidas a questão da variação, dos níveis de monitoramento, etc. Essa atividade ficou excelente. Cada grupo procurou dramatizar a situação utilizando palavras, termos técnicos, de acordo com o personagem. Assim, mobilizou-se os conhecimentos prévios para a leitura do texto de referência, que não foi utilizado o do TP, mas um outro com o mesmo assunto. Cada grupo ficou com uma parte do texto e depois de lido e discuto foi socializado para os demais. Para que os cursistas tivessem acesso ao texto na íntegra foi disponibilizado no e-mail coletivo que possuímos.
Depois das socializações e discussões foi feita uma comparação do assunto com um quadro de Dino Pretti e através de slides baseados em Marcos Bagno, em leituras de textos de Stella Maris Bortoni e Irandé Antunes, a sistematização do assunto. Utilizei também o slide com o texto “Nois mudemu”, “A oração do Matuto” e “Só nordestino entende”. Fiemos várias reflexões a respeito de como os professores têm trabalhado a variação linguística na sala de aula e tentando desfazer os equívocos, onde o tempo todo era lembrado, não só por mim, mas por alguns cursistas “que ninguém fala melhor ou pior, mas diferente”.
Trabalhamos também com o AAA, onde os cursistas analisam algumas atividades do mesmo e sugeriram as que acharam melhor, relacionando-as com o D13 da Prova Brasil.
Assim terminei mais uma oficina feliz, com a sensação de dever cumprido e passei o papel com a avaliação, com quatro modelos diferentes, que de acordo com alguma variação deveria ser completada, com expressões do tipo: “Orra, meu, eu achei que a oficina de hoje foi...”;”Oxente, achei que a oficina de hoje foi...”; “Uai, a oficina de hoje foi...”; “Barbaridade, thê, a oficina de hoje foi...”. Então os cursistas escreveram: “’Aproveitosa’, pois propiciou rememorar os conceitos de variação lingüística reafirmando a necessidade de cada vez mais, a escola recepcionar, de forma respeitosa, as variantes não padrão que lá chegam pra, a partir daí, oportunizar a todos indistintamente, o acesso à variedade padrão, apresentando-a, não como a única legítima, mas sim como mais uma variante que é necessário dominar”; “Legal! Porque revivi conhecimentos sobre variação lingüística, pensando em formas adequadas de trabalhar com o aluno”; “Bom danado sô. Trouxe muita informação e formação para todos! Eita trem bão sô. Não poderia ser mio”; “Tri legal! Achei muito boa mesmo, apesar do assunto já ser conhecido você conseguiu passar de forma dinâmica e até mesmo divertida”.

4 comentários:

  1. Querida, parabéns pelo blog, está ótimo!! Diga-me quais os questionamentos levantados pelos cursistas acerca de intervenções pedagógicas coerentes para a questão da variação linguística em sala de aula? Pelo seu texto pude perceber que houve essa preocupação. Diga-me como começou e quais as suas percepções sobre os conhecimentos prévios dos cursistas, bem como as contribuições efetivas da oficina para o redimensionamento de eventuais práticas pedagógicas excludentes e equivocadas dos cursistas. Estou muito curiosa para saber o que vc percebeu no decorrer da oficina. Bjks

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  2. Oi Isabel. Vou ver se entendi o que você pediu.
    Achei que esta oficina foi uma das melhores que realizei este ano. Os cursistas já tinham estudado sobre Variação linguística na graduação e outros já tinham feito até pós em linguistica. Foi mais uma revisão do assunto, onde eles, mesmo antes de algumas colocações minhas, já contribuirem com exemplos de como nao se deveria "corrigir" a fala do aluno, mas sim mostrar essa maneira de falar diferente, para que pudessem adequar suas falas à situação sociocomunicativa. alguns ainda acrescentaram que tinham colegas que corrigiam falas de estudantes e que isso traumatizava-os, inibindo-os e que conversaram a respeito de como era difícil para algusn colegas professores aceitarem este fato. Acrescentaram ainda que o preconceito antes de ser linguistico era acima de tudo social e que nao existe uma fala melhor ou pior, mas apenas diferente.
    No decorrer da oficina pecebi que a maioria dos cursistas já procura respeitar a fala do aluno, embora admitam ser difícil, porque a cultura do "erro" já está impregnada e às vezes a correção de algumas falas já é autômática.

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  3. Parabéns por este espaço. Está faltando dar continuidade a essa boniteza. Abraço. Se puder visita meu cantinho de poesia.

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